Olhando as fotos no álbum da família pensamos sobre as pessoas que estão ali, numa imagem congelada, representando algum momento de nossa vida. Imaginamos como nós e cada uma delas conseguiu evoluir e seguir sua trajetória de vida. Houve dificuldades? Como conseguimos superar nossas limitações e problemas? O rumo que demos às nossas vidas foi o esperado? Como estamos hoje? E como seremos amanhã?
Sabemos que o desenvolvimento humano acontece durante toda a nossa existência e que as mudanças nos primeiros anos de vida são as mais dramáticas, porque precisamos nos transformar de recém nascidos quase impotentes em crianças competentes e exploradoras. Uma experiência traumática ou de muitas privações na infância pode ter consequências emocionais graves. Enquanto nos desenvolvemos no útero materno somos capazes de perceber e responder aos sentimentos e emoções vivenciados por nossa mãe. Desde a concepção e durante a gestação somos capazes de identificar e registrar os impulsos e sensações que trazem conforto, nutrição e os que passam sofrimento e desconforto. Adquirimos informações sobre a vida e o mundo ainda no ventre de nossa mãe. Também está comprovado, por pesquisas, que experiências anteriores ao nascimento afetam e moldam a nossa personalidade. Experiências acalentadoras vivenciadas no útero materno podem nos oferecer nutrição até a morte, enquanto experiências angustiantes podem tornar nossos corpos e mentes doentes.
O estado de dependência do ser humano é único no reino animal, o filhote humano é retirado da "mãe natureza" e entregue a uma "mãe humana". Durante a gestação o desenvolvimento do bebê acontece naturalmente, numa programação estabelecida pela natureza do ser humano e, após o parto, o bebê humano não é capaz de sobreviver sem os cuidados da mãe ou de alguém que a substitua. Após o nascimento, o bebê vive uma relação/fusão emocional com a mãe, como se fosse dele tudo o que a mãe sente e recorda. Aquilo que a preocupa ou rejeita. Persiste uma união de ordem emocional. É a fusão com a mãe que faz os bebês sentirem-se unidos ao universo, conectados com a "alma materna". É necessário tempo e paciência para entendermos e aceitarmos o "estado fusional". Precisamos entender que, se quando criança sofremos grandes separações, tenderemos a permanecer em relações fusionais por mais tempo. Na idade adulta manteremos relações possessivas, cansativas, baseadas em ciúmes e desconfiança, que são na realidade um grito desesperado de que não queremos ficar eternamente sós.
Conhecendo um pouco do que ocorre durante a gestação, parto e desenvolvimento infantil, percebemos que todos nós sofremos algum trauma. Isso deixa marcas/cicatrizes emocionais que, em algum momento, interferem em nossas escolhas e no modo como conduzimos a nossa vida. Como adultos teremos as sequelas do que de negativo vivenciamos em nossa infância.
"Cada período de tempo de vida é influenciado pelo que aconteceu antes e irá afetar o que está por vir."
- Paul B. Baltes
O importante é saber que existem inúmeras histórias de vida que mostram ser possível superar os efeitos de uma experiência dolorosa. Mesmo durante a idade adulta podemos fazer mudanças notáveis, e as pessoas muito velhas podem mostrar crescimento e reconciliar-se com a vida. É possível mudar durante toda a nossa vida!
A terapia floral oferece um suporte para fazermos as transformações e cura necessárias em cada etapa. O terapeuta floral com gentileza, humildade e compaixão nos ajudará orientando e indicando os florais que são importantes naquele momento e que favorecem os aspectos positivos da nossa personalidade, emoções e sentimentos.
Com amor e tranquilidade faremos as transformações necessárias e tornaremos a nossa vida plena de felicidade.
"Se tivermos em nossa natureza amor suficiente por todas as coisas, não seremos causa de agravo a ninguém."
- Dr. Edward Bach
Analúcia Machado da Silva