Dr. Edward Bach & São Francisco de Assis


Recentemente, assistindo ao filme “Irmão Sol Irmã Lua”, me ocorreu a semelhança da vida de Edward Bach e de São Francisco de Assis, esses dois gigantes da humanidade.

São Francisco comungava com os pássaros e animais seu imenso amor por todas as criaturas de Deus.

Edward Bach amava o silêncio dos bosques e em seu íntimo se comunicava com árvores, plantas e flores, entendendo – as no mais profundo de seu ser.

Ambos eram amantes da natureza e possuíam uma profunda compaixão por todos os seres sofredores.

Ambos nasceram em cidades pequenas, Edward Bach em Moseley, Inglaterra, próximo à fronteira com o País de Gales, em 1886 e Francisco em Assis, Itália, em 1182.

A infância de ambos foi tranqüila.

Bach desde cedo mostrou sua tendência à introspecção, permanecendo longos períodos dedicados a observar a natureza, em silêncio.

Francisco foi uma criança alegre e se tornou um jovem divertido, sempre rodeado de amigos.

O pai de Bach era proprietário de uma Fundição de Cobre, na qual trabalhavam muitos operários. O pai de Francisco era um rico comerciante que mantinha dezenas de funcionários a seu serviço. Os pais de ambos desejavam que seus filhos continuassem a obra por eles construída, patrimônio da família. Ambos chegaram a trabalhar nesses locais, quando conheceram a miséria, a dor e as preocupações desses operários, suas enfermidades e as precárias condições a que eram submetidos. Em seus corações começa a palpitar a compaixão e o desejo de ajudar os que sofrem.

Bach irá estudar medicina na intenção de realizar seu propósito de vida, e o caminho de Francisco será pela religião e pregação da espiritualidade.

Quando aconteceu a guerra entre a Perugia e Assis, em1202, Francisco, então com vinte anos, quer se tornar herói e parte para a guerra. Cai prisioneiro e adoece. Retorna para Assis. Acolhido e cuidado pelos pais permanece durante dias enfermo, desacordado, vítima de febre alta.

Quando estourou a 1ª Grande Guerra, em 1914, Bach então com 28 anos deseja ir combater, mas devido a sua constituição frágil é recusado. Como médico é encarregado de cuidar de 400 leitos. Em maio de 1917 perde sua esposa, vítima de difteria. Esse foi um duro golpe para o jovem médico. Após dois meses ele sofre uma forte hemorragia intestinal, com o diagnóstico de câncer no baço. Entra em coma. Sua família é chamada para autorizar a cirurgia e lhe é dada a previsão de apenas 3 meses de vida.

Os etnólogos dizem que os povos primitivos reconheciam seus curadores, os chamados xamãs, naqueles que passavam pelas enfermidades de consagração. A proximidade da morte, a experiência de quase morte, transforma a pessoa. É quando acontece o encontro com os antepassados e com espíritos sagrados, no mundo invisível. O ser é solicitado a dedicar sua existência em benefício dos outros. Se aceitam, são iniciados e instruídos em sua nova tarefa, e lhes é concedida uma nova oportunidade, uma ressurreição. Retornando à vida, o curador recebe o chamado. Assim, foram as flores que encontraram o Bach, e foram os pássaros e animais que encontraram o Francisco.

Começa então a jornada de pregação de Francisco e da busca do sistema de cura por Bach.

Ambos pregaram a humildade e a simplicidade.

Ambos abandonaram suas famílias e a cidade onde moravam, e penetraram na natureza, nos bosques do inconsciente.

Ambos sentem neles mesmos as dores da humanidade.

Ambos se dedicam a ajudar seus semelhantes.

Ambos comungam sua vida com os simples.

Francisco torna-se mendigo e peregrina pelo mundo pregando a bondade do ser humano, a fé e o amor por todos os seres da Criação. Suas vestes são esfarrapadas, vive da caridade alheia.

Bach peregrina de uma aldeia a outra atendendo as pessoas e levando os remédios das flores, comungando sua vida com aldeões e pescadores. Ao final de sua vida usa roupas simples e folgadas, por sua excessiva sensibilidade na pele. Em certa ocasião é confundido com um mendigo. Em sua filosofia prega o amor, a bondade, a gentileza, a liberdade e a simplicidade. Não cobra por suas consultas, e vive de doações das pessoas que ele atende.

Ambos dedicaram sua vida à humanidade.

Obrigada Bach, obrigada Francisco.

Doralice Ferreira Gomes